ARTIGO
Falar sobre esse assunto seria algo magnífico, sublime e carinhoso de passar horas e horas deleitando-me sobre essas páginas. Porem, o que sinto é MEDO, Isso mesmo medo; nós muitas vezes sem informações os brancos também entram nessa categoria somos bombardeados de textos sobre consciência negra, racismo, cotas raciais e nos deparamos com comentários que ficamos perplexos ou não.
Bastou o ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), comentar que os negros tinham o que comemorar com suas vitórias atuais e temos? citando 30 novos títulos de propriedade para comunidades quilombolas; e a instituição de políticas de cotas raciais em mais de 60 universidades públicas também achei pouco, para aparecer abaixo comentários do tipo: “Negro sem cultura entra na faculdade, pois já lhe é destinada sua vaga prèviamente” e “Acho que só no Brasil tem esse feriado (dia da consciência negra), pra que isso?. Se querem ser iguais aos brancos, estudem e corram atrás do prejuízo” e daí em diante só piora.
Viram dar medo ou não tratar do tema? Têm muitos brancos ops não posso falar branco, por ai falando o que pensam e o que não deve, mas temos muitas palavras e palavras sendo proferidas de todos os lados. O que você pensaria diante da pergunta: “As negras são difíceis?” Foi a pergunta de um jovem rapaz no Yahoo perguntas, e as mesmas mensagens perigosas apareceram, taxando o rapaz de preconceituoso, racista entre outras. Então o que estamos fazendo com a Consciência negra? Esse jovem é racista ou só tinha uma curiosidade?
A revista Galileu também trouxe uma matéria com titulo: “Só negros podem fazer piadas de negros?” O fato é que quando a piada vem de um negro todos riem, mas quando um branco conta ela perde a graça. Isso é certo? Camisetas escritas “100% negro” pode. Se um branco usa uma “100% branco” pode até ser preso se alguém denunciar. Isto é igualdade? Mente aberta talvez seja a melhor expressão para o que estou pensando. Não bastar taxar algo de racista, preconceituoso ou algo mais, tem que ver a intenção do ato. A linha que separa o que pode e o que não pode é muito fina, mas temos que ter o timbre certo para não cometer erros. Reflexão essa é a idéia, focar no cenário atual e no que queremos para o futuro olhando sempre o que já construímos.
Que o Brasil foi escravista, que o negro sofreu, foi humilhado, e obrigado a negar sua identidade; incentivado a ter vergonha de si próprio, de sua história, de seu presente. Isso todos já sabem, ou pelo menos deveriam saber. O racismo, que muitos gritam não existir no Brasil, é tão forte, e esta disfarçado em coisas que a gente nem imagina: na política, na cultura, na religião, no nosso dia a dia, do barzinho da esquina ao gabinete do Sr. Presidente.
È certo que um prédio na areia tende a ruir, que uma arvore sem raiz vai ao chão, que a casa de palha de um dos três porquinhos não suporta o sopro do lobo. Para as elites se manterem no poder, não adianta apenas reprimir, é necessário fazer o dominado acreditar que é inferior e que não tem outro jeito. Foi o que os brancos fizeram e que, branco e negros, fazem hoje em dia. O fato é que se o oprimido tem auto-estima ele luta.
E a “consciência negra” essa amigos comentaristas do Edson Santos, do jovem que quer saber sobre as negras, dos que não riem de piadas; essa “consciência negra” foi forjada na luta contra o colonialismo e o racismo como uma resposta a essa questão de uma arvore sem raiz. Pois não tem luta sem auto-estima, sem amor próprio, sem conhecermos nossa historia e nos orgulharmos dela. Por outro lado, não basta só ter orgulho e não lutar. Então as duas coisas devem estar juntas: Orgulho e luta.
Se eu conheço, acredito; se acredito eu defendo e se defendo alguém me segue e juntos somos muitos e venceremos.
Este é o chamado que estou fazendo agora, o da Consciência, seja ela negra, branca, azul, verde e amarela, consciência em nossas ações, o que fazemos, um convite a repensar quem somos, o que queremos, ta mais do que na hora, para de esperar que um salvador venha de cima e começar a buscar nossas proprias soluções para salvar o que não queremos perder. Seja nossos amigos, nossas namoradas(os), pais, familias, cidade ou PLANETA.
Carlos Santos
CA - Eng Comp UFRN
Conselheiro da Residencia Universitaria Campus 2
MESSIENSE.