sábado, 9 de junho de 2012

Sem infraestrutura, Casa da Estudante de Natal pode ser interditada


As instituições "Casa do Estudante" enfrentam sérias dificuldades para se manter e atender o público que necessita dos seus serviços. As duas unidades localizadas em Natal - uma feminina, outra masculina - clamam por reformas emergenciais que possam alterar a realidade de deficiência com a qual passaram a conviver. No total, mais de 200 estudantes são atendidos pelas instituições. O objetivo da entidade privada sem fins lucrativos é prestar auxílio para os jovens que querem obter formação na capital, assim como em Mossoró e Caicó, mas não possuem moradia nas cidades.

No Rio Grande do Norte, há quatro unidades, sendo duas em Natal, uma em Mossoró e outra em Caicó. Em Natal, os estudantes reclamam dos problemas de infraestrutura que não encontram solução. De acordo com o relato dos jovens, a unidade feminina, localizada na Cidade Alta, sofre risco de interdição por parte da Vigilância Sanitária. O prazo para adequações se encerra no próximo dia 12 de junho, mas nenhuma obra foi iniciada até o dia de ontem, quando a equipe de reportagem esteve no local.

Os cenários mais críticos são vistos nos banheiros, onde parte do teto desabou e há problemas com instalações hidráulicas. Cupins consomem a estrutura de madeira na sala de estudos e prejudica as atividades desenvolvidas pelos estudantes. "Já reclamamos muito, mas o jeito é viver. Não temos dinheiro para alugar apartamentos", relatou Pauline Fidelis, 18 anos, que há 2 dois anos está na Casa. 

A Casa cobra uma taxa de R$ 30 por mês com o intuito de pagar funcionários responsáveis pela limpeza e alimentação. Para conseguir ingressar no local, é necessário que se apresente atestado de pobreza. O cenário na unidade feminina não é diferente do encontrado na Casa destinada ao público masculino, localizada na praça Coronel Lins Caldas - Cidade Alta.

Lá, quem chega percebe a faixa instalada em sua entrada: "A Casa do Estudante pede socorro à sociedade e ao poder Público, estamos com o prédio caindo em nossas cabeças". Luiz Paulo, presidente da Casa, confirma a situação. "Lutamos para conseguir uma reforma. A última ocorreu no ano de 2004. O prédio é considerado antiga, uma construção do século XIX, e necessita de intervenções", afirmou o presidente.

Na unidade masculina, dez quartos já foram interditados por decisão dos estudantes em face do perigo iminente. "Há muitas infiltrações. Decidimos em Assembleia, interditar 10 quatros no porão, porque a situação estava insustentável", informou. Luiz Paulo acrescentou que a Secretaria do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas) busca prolongar junto ao Ministério Público o prazo determinado para a reforma emergencial.

Projeto de reforma está em análise

A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE conversou durante a tarde de ontem com o titular da Sethas, Luiz Eduardo Carneiro Costa. Carneiro esclareceu a situação da sua secretária junto à Casa do Estudante. "Não é responsabilidade direta da gente. A Casa é privada e o que fazemos é ajudar financeiramente", declarou. Ele afirmou que são destinados R$ 150 mil mensalmente para a manutenção das casas em questão de alimentação, água, luz, telefone e gás.

Quanto à reforma, o secretário informou que está analisando o pedido realizado pela direção das casas e que ainda não há prazos. "Temos o compromisso de ajudá-los no que for possível. Estamos tentando adiar o prazo dado de 60 dias para que, emergencialmente, possamos conduzir as reformas nesses locais", afirmou. Para Carneiro, a realidade da Casa do Estudante mudou bastante. "Antigamente, chegávamos a ver 800 estudantes nessas casas. Hoje em dia, não passam de 200. Além disso, as prefeituras não se mobilizam para auxiliar na manutenção pois acreditam que oferecem educação nos municípios de origem dos estudantes", encerrou.

Fonte: Tribuna do Norte via Blog Notícias de São Miguel

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