Promotor Paulo Batis fala sobre investigação de desvios no Idema no RN (Foto: Divulgação/Ministério Público do RN) |
O dinheiro supostamente desviado do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) foi usado para comprar apartamentos de luxo, construir uma academia de alto padrão e reformar a loja de uma equipadora de veículos. Os destinos dos recursos foram identificados pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte nos oito meses de investigações que culminaram na operação Candeeiro, deflagrada nesta quarta-feira (2) em Natal, Parnamirim, Santana do Matos e Mossoró.
Na denúncia ofertada à Justiça potiguar, o Ministério Público Estadual pediu o sequestro de 15 imóveis, dez deles apartamentos de um condomínio de luxo na praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal. A academia de alto padrão e a equipadora de veículos construídas com o dinheiro do Idema pertencem aos investigados, segundo o MP. As obras foram realizadas por uma das empresas que recebia os recursos do Idema mesmo sem ter vínculo com o órgão.
Em entrevista coletiva nesta quarta, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) explicaram que a investigação começou em janeiro após denúncias sobre o rápido enriquecimento de pessoas lotadas no setor de contabilidade do Idema. De acordo com o promotor Paulo Batista de Lopes Neto, o esquema criminoso se utilizou de "ofícios fantasmas" para desviar mais de R$ 19 milhões do órgão entre 2013 e 2014. Os documentos eram emitidos pelo Idema ao Banco do Brasil solicitando transferências de recursos do órgão para pelo menos sete empresas. Nenhuma delas possuía vínculo com o instituto.
"Os ofícios eram extraviados do Idema e os pagamentos se mantinham ocultos porque não eram lançados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e também não apareciam no Portal da Transparência. Se o pagamento não é lançado, não tem como rastrear. Soliticamos todos os extratos do Idema no Banco do Brasil e batemos todos os créditos e débitos", detalha o promotor.
Empresas
Entre as sete empresas beneficiárias do esquema criminoso, Paulo Batista citou uma locadora de veículos de Santana do Matos. "O local não existia e ao checarmos no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) não encontramos nenhum carro comprado pela empresa", relata. Todas as empresas tinham seus nomes diretamente vinculados a funcionários e ex-funcionários do Idema, além de terceiros que possuem relação com as pessoas lotadas no órgão.
Outra empresa era a construtora responsável pela construção de uma academia e reforma de uma equipadora de veículos localizadas na Zona Sul de Natal e pertencentes a investigados que trabalharam no setor de contabilidade. No entanto, segundo o promotor Paulo Batista, o único pagamento recebido pela construtora foi de R$ 1.200. "Sabemos que serviços daquele vulto custaram mais. Podemos afirmar que o dinheiro desviado do Idema serviu para levantar academia de alto padrão e reformar a equipadora", diz.
Para o promotor, mais empresas podem estar envolvidas no esquema criminoso. Além dos R$ 19 milhões entre 2013 e 2014, Paulo Batista acredita que mais dinheiro pode ter sido desviado antes e depois do período investigado. "Um dos investigados estava no órgão em 2012. Quanto ao período de 2015, vamos analisar novos documentos", afirma.
Operação
Quatro pessoas foram presas na operação Candeeiro. Um dos detidos é o filho da ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do RN, Rita das Mercês. Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra é suspeito de envolvimento no esquema que desviou mais de R$ 19 milhões do Idema, segundo o MP. A mãe dele foi presa no dia 20 de agosto na operação Dama de Espadas por suspeita de desvio de recursos públicos na AL. Ela foi solta três dias depois por força de um habeas corpus.
Os demais presos são Clebson Bezerril, ex-diretor financeiro do Idema; João Eduardo de Oliveira Soares, também funcionário do setor de contabilidade do órgão; e Renato Bezerra de Medeiros. O quinto mandado é contra Antônio Tavares Neto, que não foi encontrado nesta quarta.
Foram emitidos cinco mandados de prisão temporária, 10 mandados de condução coercitiva e 27 mandados de busca e apreensão em Natal, Parnamirim, Santana do Matos e Mossoró. De acordo com o MP, os desvios dos cofres do Idema aconteceram entre os anos de 2013 e 2014. O juiz da 6ª Vara Criminal de Natal decretou ainda sequestro de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas.
Enquanto o MP cumpria mandados de busca e apreensão na sede do Idema, que fica na Zona Sul de Natal, os funcionários foram impedidos de entrar no local. O prédio foi liberado após o cumprimento dos mandados.
Fonte: G1/RN
Na denúncia ofertada à Justiça potiguar, o Ministério Público Estadual pediu o sequestro de 15 imóveis, dez deles apartamentos de um condomínio de luxo na praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal. A academia de alto padrão e a equipadora de veículos construídas com o dinheiro do Idema pertencem aos investigados, segundo o MP. As obras foram realizadas por uma das empresas que recebia os recursos do Idema mesmo sem ter vínculo com o órgão.
Em entrevista coletiva nesta quarta, os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) explicaram que a investigação começou em janeiro após denúncias sobre o rápido enriquecimento de pessoas lotadas no setor de contabilidade do Idema. De acordo com o promotor Paulo Batista de Lopes Neto, o esquema criminoso se utilizou de "ofícios fantasmas" para desviar mais de R$ 19 milhões do órgão entre 2013 e 2014. Os documentos eram emitidos pelo Idema ao Banco do Brasil solicitando transferências de recursos do órgão para pelo menos sete empresas. Nenhuma delas possuía vínculo com o instituto.
"Os ofícios eram extraviados do Idema e os pagamentos se mantinham ocultos porque não eram lançados no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e também não apareciam no Portal da Transparência. Se o pagamento não é lançado, não tem como rastrear. Soliticamos todos os extratos do Idema no Banco do Brasil e batemos todos os créditos e débitos", detalha o promotor.
Empresas
Entre as sete empresas beneficiárias do esquema criminoso, Paulo Batista citou uma locadora de veículos de Santana do Matos. "O local não existia e ao checarmos no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) não encontramos nenhum carro comprado pela empresa", relata. Todas as empresas tinham seus nomes diretamente vinculados a funcionários e ex-funcionários do Idema, além de terceiros que possuem relação com as pessoas lotadas no órgão.
Outra empresa era a construtora responsável pela construção de uma academia e reforma de uma equipadora de veículos localizadas na Zona Sul de Natal e pertencentes a investigados que trabalharam no setor de contabilidade. No entanto, segundo o promotor Paulo Batista, o único pagamento recebido pela construtora foi de R$ 1.200. "Sabemos que serviços daquele vulto custaram mais. Podemos afirmar que o dinheiro desviado do Idema serviu para levantar academia de alto padrão e reformar a equipadora", diz.
Para o promotor, mais empresas podem estar envolvidas no esquema criminoso. Além dos R$ 19 milhões entre 2013 e 2014, Paulo Batista acredita que mais dinheiro pode ter sido desviado antes e depois do período investigado. "Um dos investigados estava no órgão em 2012. Quanto ao período de 2015, vamos analisar novos documentos", afirma.
Operação
Quatro pessoas foram presas na operação Candeeiro. Um dos detidos é o filho da ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do RN, Rita das Mercês. Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra é suspeito de envolvimento no esquema que desviou mais de R$ 19 milhões do Idema, segundo o MP. A mãe dele foi presa no dia 20 de agosto na operação Dama de Espadas por suspeita de desvio de recursos públicos na AL. Ela foi solta três dias depois por força de um habeas corpus.
Os demais presos são Clebson Bezerril, ex-diretor financeiro do Idema; João Eduardo de Oliveira Soares, também funcionário do setor de contabilidade do órgão; e Renato Bezerra de Medeiros. O quinto mandado é contra Antônio Tavares Neto, que não foi encontrado nesta quarta.
Foram emitidos cinco mandados de prisão temporária, 10 mandados de condução coercitiva e 27 mandados de busca e apreensão em Natal, Parnamirim, Santana do Matos e Mossoró. De acordo com o MP, os desvios dos cofres do Idema aconteceram entre os anos de 2013 e 2014. O juiz da 6ª Vara Criminal de Natal decretou ainda sequestro de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas.
Enquanto o MP cumpria mandados de busca e apreensão na sede do Idema, que fica na Zona Sul de Natal, os funcionários foram impedidos de entrar no local. O prédio foi liberado após o cumprimento dos mandados.
Fonte: G1/RN
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