quinta-feira, 14 de junho de 2012

Denúncias de Desvio de Dinheiro Público em Felipe Guerra Continuam e MP Irá Investigar


E as denúncias contra os desvios de dinheiro público feitos pelo Prefeito de Felipe Guerra continuam no Jornal DeFato. Nem bem saiu matéria sobre o fato na edição deste dia 12, também hoje, dia 13, as denúncias continuam.

Veja a matéria do Jornal De Fato

O Ministério Público Estadual, da Comarca de Apodi, através de sua assessoria de Comunicação, informou que tomou conhecimento dos desvios de recursos públicos em Felipe Guerra através de reportagens do Jornal de Fato, semana passada.

O promotor de Justiça Antônio Cláudio Linhares Araújo informou que abriu uma investigação Civil e enviou a documentação para que o Procurador Geral de Justiça, Manoel Onofre, decida se vai abrir ou não investigação criminal contra o prefeito Brás Costa.

Ontem, o De Fato publicou os nomes e os valores fornecidos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) que teriam sido pagos pela prefeitura a pessoas físicas e empresas para fazer obras que não foram feitas na cidade e na zona rural.

Entre as pessoas que teriam recebido recursos em 2010 da Prefeitura para fazer várias obras, está o diarista Paulo Wictor de Góis e Silva e Pedro Luiz de Góis e Silva. Os dois, que são irmãos, procuraram a Promotoria de Justiça em Apodi e pediram ajuda.

Contaram que trabalhavam para o prefeito Brás Costa e ganhavam em média R$ 25,00, para fazer serviços de limpezas e pintura em escolas e canteiros públicos. Recebiam em dinheiro da própria mão do prefeito Brás Costa. Acrescentam que nunca tiveram carteira assinada.

Afirmaram ao promotor que um dia o secretário de Obras, Jair Miranda de Ramalho, pediu os documentos pessoais deles, alegando que era para facilitar o pagamento. Só que continuaram recebendo os pagamentos direto das mãos do prefeito Brás Costa.

Os dois contaram que o tempo passou e neste ano, no mês de abril, receberam cartas da Receita Federal fazendo uma cobrança de impostos devidos e já um papel para pagar uma multa de R$ 169,00 por não ter feito a declaração do imposto de renda por um valor que não souberam informar com precisão. “Só o imposto deve valor era de quase R$ 35 mil”, informa.

Afirmaram que procuraram o prefeito Brás Costa e este mandou os dois conversar com Regina (primeira-dama) para ela pagar. Os dois irmãos, então, receberam cartas do TCE para explicar porque receberam dinheiro público e não fizeram a obra.

Foram pedir explicações ao prefeito Brás Costa e que o prefeito ficou com a documentação do TCE. Dias depois, Paulo e Pedro Wictor foram de novo ao prefeito pedir explicações e este teria informado a eles que tinha ido a Natal e resolvido tudo junto ao TCE. Assim como Pedro e Paulo, várias outras pessoas estão na mesma situação.

No caso, o Ministério Público Estadual informou que o melhor caminho para estas pessoas que foram usadas para desviar recursos públicos é procurar a Promotoria de Justiça de Apodi o mais rápido possível para comunicar os fatos. O advogado Otoniel Maia Junior disse que não procurando a Promotoria, vai ficar parecendo que faz parte do grupo que desviou os recursos.

A reportagem do De Fato esteve nas localidades de Mulungu, Arapuá, Santana e Boqueirão, em Felipe Guerra. Nestas comunidades (e em outras também), o prefeito Brás Costa teria simulado, em 2010, investimentos em postos de saúde e escolas destas comunidades. Ouvidos pela reportagem, os moradores se mostraram revoltados.

Em Mulungu, a dona de casa Maria Claudete disse que na escola da comunidade não tem nada. “Butaram uns portões de ferro, que caíram há uns quatro anos. Veio uns computador, mas não instalaram. Sumiram. E este posto de saúde, só foi pintado quando foi feito e pronto. Faz tempo”, diz Maria Claudete. Nesta escola e posto de saúde, o TCE descobriu que foram simulados investimentos de R$ 53 mil.

Na localidade Arapuá, o agricultor Manoel Domício da Silva, de 57 anos, disse que sempre morou lá e nunca viu reforma na escola e nem no posto de saúde da comunidade. Disse que o teto da escola está prestes a cair. Neste posto e escola foram simulados investimentos de R$ 61 mil.

No posto de Saúde de Santana, onde teria sido simulado investimento de R$ 36 mil, o aposentado Adelson Paulino se mostrou revoltado com o quadro. “Os médicos não querem mais atender aqui, porque o posto não tem estrutura”, diz.

Em Boqueirão, outra escola que o prefeito, segundo o TCE, simulou investimento de R$ 30,3 mil, existem dois idosos morando. Eles contaram que a escola está abandonada e que, como não tinham onde morar, estão lá. Eles reconhecem que a estrutura pode desabar a qualquer momento.

E este foi o destino do Mercado Público, onde o prefeito simulou investimento de R$ 29,3 mil. O teto desabou. O morador vizinho, o servidor público federal Bento Alves, disse que este mercado não funciona há uns vinte anos. “Só tem morcego e barata. Está abandonado”, diz Bento Alves.

Fonte: Jornal De Fato via Abelhudo News

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