quinta-feira, 10 de março de 2011

RN já vive nova epidemia de dengue

Por Carla França

O Rio Grande do Norte vive uma epidemia de dengue. A confirmação foi feita, ontem, pelo secretário estadual de saúde, Domício Arruda, com base nos dados divulgados pela secretária, no último dia quatro. Este ano foram notificados 2.562 casos, sendo 25 confirmados e dois óbitos suspeitos pendentes de confirmação. Comparado com o mesmo período de 2010 – quando notificou-se 322 casos – houve um aumento de 695,25%.

Os dados referentes ao início de 2011 também dão conta de 70 casos suspeitos de dengue hemorrágica, dos quais 19 já foram confirmados.

A gente não tem conseguido controlar a dengue. E pelos números, já podemos considerar que estamos em uma epidemia porque os casos notificados  ultrapassaram o previsto. Mas os técnicos do Ministério da Saúde já previam o aumento desses casos devido ao comportamento cíclico da doença”, disse o titular da Sesap, Domício Arruda.

Questionado sobre o trabalho do Estado no controle da dengue, Arruda explicou que cabe aos municípios realizar as ações de combate ao mosquito e à Sesap supervisionar as ações dessas cidades. A secretaria estadual também é responsável pelas campanhas educativas e de orientação para a população. Além disso, realiza reuniões com os prefeitos e secretários de saúde dos municípios para discutir a situação e o plano de ação de cada um deles.

Em períodos epidêmicos a Sesap atualiza as planilhas duas a três vezes ao dia. Esse controle é importante para conseguir supervisionar os municípios mais críticos.“Nós fazemos a parte de coordenação e investigação dos casos notificados pelos municípios. O nosso Laboratório Central é responsável pela realização sorologia e tem conseguir atender a demanda, pois, apesar dos altos números, poucas pessoas fazem o exame para identificação da sorologia e confirmação dos casos”, disse Arruda.

A Sesap já enviou equipes às Unidades Regionais de Saúde para supervisionar os municípios e verificar o trabalho de campo que está sendo feito pelos agentes de endemias. O trabalho já foi feito nas regionais em Pau dos Ferros, Caicó, João Câmara e São José de Mipibu. Na Grande Natal a supervisão foi feita nos municípios de Natal, Macaíba e Extremoz, municípios que mais têm preocupado a Sesap.

Uma medida emergencial feita pela Sesap é a operação com os carros-fumacê. “O carro fumacê é a última medida e só pode ser utilizado, segundo recomendações do Ministério da Saúde quando o índice de infestação é superior a 1%. Como o material utilizado é tóxico, não pode ser utilizado indiscriminadamente”, disse o secretário.

A ação  está sendo feita nos municípios de Santa Cruz, Equador, Baraúna, Pau dos Ferros, Doutor Severiano, Alexandria, Pedro Avelino, Messias Targino e Santo Antônio. E a secretaria avalia a utilização do carro em Mossoró.

Natal

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE tentou contato com a Secretaria de Saúde de Natal para atualizar os dados da dengue na capital, mas o titular da SMS, Thiago Trindade, não atendeu e nem retornou as ligações. De acordo com o boletim 5, o mais recente publicado no site da SMS, o bairro das Quintas é o campeão de notificações de dengue em Natal. São 22 casos da doença. Ao todo foram 233 casos notificados de dengue, sendo dez os notificados de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD).

HWG tem plano contra a doença

Hoje o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) põe em prática o primeiro plano de enfrentamento a dengue do  Hospital Walfredo Gurgel. O objetivo é apoiar as iniciativas do Ministério da Saúde e das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, na prevenção, controle e combate à doença no Rio Grande do Norte.

A SCIH realizou uma capacitação para orientar os 40 servidores que fazem parte da equipe Dengue Não e que visitarão todos os setores do hospital, com distribuição de material educativo e prestação de esclarecimentos sobre a doença.

Segundo a infectologista e coordenadora da SCIH, Rosângela Morais, “a notificação, o reconhecimento precoce da doença e o tratamento adequado dos pacientes são ações imprescindíveis para a redução da mortalidade desse agravo no Estado”, explica.

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